segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DXLIII (543) (9 de dezembro de 2017)

 

Os pastores humanos podem abandonar as ovelhas,
Mas Deus não o faz – a menos que elas mesmas queiram dormir.

Quando estes "Comentários" afirmaram no ano passado que em Sokulka, na Polônia, houve em 2008 um milagre eucarístico numa hóstia consagrada em uma Missa Nova (NOM), alguns católicos no mundo de língua inglesa negaram que tal coisa fosse possível. Quando se fez mesma afirmação recentemente em Paris (https://youtu.be/IgQnQhxmhH4), foi a vez de alguns tradicionalistas franceses questionarem a evidência científica aparente do milagre fornecida de forma independente naquele momento por dois laboratórios poloneses, os quais afirmaram que a amostra da hóstia em questão que lhes foi entregue veio do músculo do coração de um ser humano padecente de agudo sofrimento.

Em face de tais evidências, são possíveis duas linhas opostas de argumento. Tanto se pode argumentar sobre o veneno modernista do NOM que há impossibilidade intrínseca de Deus operar tal "milagre" no âmbito do NOM, como se pode argumentar desde a seriedade da evidência pela necessidade da possibilidade de a Nova Missa, as novas ordenações sacerdotais e as novas consagrações episcopais serem válidas (já que o Padre e o Bispo envolvidos foram ordenado e consagrado em 2005 e 1980, respectivamente). Alguns valentes tradicionalistas disputam de modo veemente as três possibilidades dentro da Neoigreja modernista.

O que é certo, pelo menos dentro da Igreja Católica, é que tais questões devem ser decididas pela doutrina e não pela emoção. A razão deve prevalecer – um exemplo: pilotar por instinto pode ser fatal para os aviadores. O que a doutrina da Igreja diz sobre a validade de um sacramento é que esta requer quatro coisas: um Ministro válido, Forma, Matéria e Intenção sacramental. O NOM pode excluir um destes requisitos ou todos eles, mas não exclui automaticamente nenhum deles. Onde todos os quatro estão presentes, a Nova Missa é válida. É por isso que Dom Lefebvre, que conhecia sua teologia, nunca afirmou que o NOM era automaticamente inválido. É por isso que o NOM celebrado em Sokulka não foi necessariamente inválido. É por isso que parece mais razoável argumentar desde a evidência do milagre do que desde a impossibilidade do "milagre" pela falsidade da evidência. Caso contrário, é necessária uma razão precisa para questionar o testemunho preciso dos patologistas.

A grande objeção permanece: como o Deus Todo Poderoso pode fazer milagres no âmbito do NOM, claramente projetado por seus criadores para envenenar gradualmente a fé dos católicos e assim destruir a Igreja Católica? A resposta deve ser que Deus não está em princípio autenticando o NOM, mas mantendo sua possível validez para não abandonar tantas ovelhas católicas que ainda assistem a ele com relativa ignorância e inocência em relação ao veneno; e, portanto, Ele está basicamente alertando as ovelhas e os pastores, para que se lembrem de que Ele mesmo está presente sob as aparências do pão e do vinho.

Quando se tem em mente a doutrina católica pela qual o NOM pode ser válido; quando se traz à memória os dizeres de São Paulo dizer segundo os quais qualquer um que participe indignamente da Sagrada Eucaristia é "réu do Corpo e do Sangue do Senhor" (I Cor. XI, 27-39); e quando se vê quão generalizada na Neoigreja é a falta de respeito pela Presença Real, então, vemos imediatamente o quão necessária para a salvação de muitas almas pode ser uma advertência como o milagre em Sokulka. O pároco mesmo dá testemunho de como aumentou o nível de fé e da prática católica em toda o entorno daquela região.

Mas o objetor insiste: como poderia Deus permitir que um tal rito envenenado da Missa seja válido?
Resposta: Ele não tira o livre arbítrio dos homens, mas permite-nos em larga escala fazermos o que queremos. Neste caso, os neomodernistas queriam (e ainda querem) um Rito da Missa que seja envenenado o suficiente para matar a verdadeira Igreja em longo prazo, mas ainda católico o suficiente para enganar, no curto prazo, católicos ignorantes e inocentes que ainda confiam no que seus pastores dizem, como, por exemplo, que o NOM é o "rito Ordinário” da Igreja. O NOM nunca teria obtido aceitação na Igreja Universal se tivesse sido óbvio desde o início que era automaticamente inválido.
                                                                                                                                       
Kyrie eleison.
 
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário